Esquecidos pelo Senhor?

Pr. Olavo Feijó

Salmos 9:18 - Porque o necessitado não será esquecido para sempre, nem a expectação dos pobres perecerá perpetuamente.

O Salmista, sendo gente como a gente, teve também alguns desapontamentos com o Senhor. Também, por causa disso, porque costumava ser sincero com o Senhor, o Salmista aprendeu que, na verdade, a presença divina nunca desaparece: "Porque o necessitado não será esquecido para sempre, nem a expectativa dos pobres se malogrará perpetuamente" (Salmo 9:18).

Quem teve experiência com família grande, ou por ter nascido em uma, ou por ter convivido com uma, sabe como os cuidados da mãe que se divide eficientemente entre todos os filhos. E sabe, também, que a percepção do filho não é a mesma da mãe. Há ocasiões, por exemplo, quando o infante precisa ficar por conta própria, se é que o objetivo é permitir que ele aprenda a caminhar sozinho. A presença excessiva da mãe, para impedir os perigos dos tombos, produz um perigo maior: uma dependência paralisante causada pela mãe, que irá bloquear o desenvolvimento do filho.

Mais do que pode ser uma mãe, sábia e estimuladora, o Pai por ser tudo isto e infinitamente mais. A presença Dele em nossa atribulada vida é tão constante e tão sutil que, muitas vezes, ela parece inexistente. Até nossa maneira de nos sentirmos negligenciados é programada pelo Senhor. Se apelarmos para a narrativa bíblica, aquela experiência toda de Jó, muito bem planejada por Jeová, poderia ser classificada como um caso grave de "esquecimento do necessitado". No final de tudo, porém, até Jó reconheceu a presença divina em todo o processo. O que para nós pode parecer esquecimento do Senhor, no fundo é presença do Senhor. A decisão é nossa.

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